sexta-feira, 13 de março de 2015

Formigas

– Mãe. Você já percebeu isso?
– Isso o que?
– Das formigas. As formigas do banheiro são individualistas.
– (risos) E porque acha isso se nem falou com elas?
– Comparei elas com as da cozinha, pois elas gostam de se comunicar e       conversar comigo.
– Ah é? E como descobriu isso?
– Quando fui no banheiro lavar minhas mãos, logo vi na pia três formiguinhas. Elas pareciam reinar no banheiro, olhavam para mim não entendendo como pude ter passado pelo guarda que ficava na porta, e até mesmo pelos ninjas que ficavam no teto esperando o inimigo.
– Elas tem um exercito e tanto em? Como é que você conseguiu passar?! (risos)
– Eu também não sei, mas eu fui mais ninja que os ninjas que me esperavam!
– Como você sabe? Vai que você não era o inimigo das formigas, filha!
– Ah não, isso que não tenho dúvida, tentei segura-las no meu dedo para explicar que elas precisavam de um novo segurança (os ninjas não podiam dar conta do papai sozinhos), mas nem nesse ato de ajuda elas nem ligaram, não subiram de jeito nenhum, colocava o dedo na direita na esquerda e elas não subiam para nós conversarmos no meu escritório, e ter uma aliança.
– Então elas não querem sua ajuda só querem um trabalho individual delas, entendi, mas não liga! Vamos sair e comprar um chocolatinho?
– Eu adoro chocolate mãe, mas acho que não posso aceitar...
– E porque não?
– Agora tenho aliadas... As formigas da cozinha fizeram um trato comigo (para isso elas subiram educadamente no meu dedo), e acabou ficando um trabalho em grupo.
– (risos) E que trabalho é esse?
– O exercito que carrega as migalhas de pão, acaba se distraindo e invadindo os nossos doces daqui de casa, isso atrapalha o trabalho deles e os meus doces, combinei que não trazer mais doces para casa, aliás o ogro do exercito deles tem uma loucura é quer pegar tudo que é doce...
– Ogro? Eles tem até ogro? Porque um ogro?
– Mãe! Vocês adultos não param de fazer perguntas, porque sim!
– “Porque sim” não é resposta!
 

terça-feira, 3 de março de 2015

Camila corredeira

 
Eu nunca entendi o nome dos objetos! Para mim é tão difícil entender o sentindo do nome “travesseiro”, por que não “apoiador de cabeças”? Como é que a pessoa que nomeou o travesseiro de “travesseiro” fez? Será que simplesmente olhou e pensou: “huum, isso tem uma cara de travesseiro...” acho bem difícil, já teria que ter outro travesseiro para dizer que ele tem um travesseiro. O pior é que quando começo a pensar nisso não paro rápido, cadeira não seria mais simples “sentador”?, cama combina melhor com “deitador”, seria mais fácil de dar esses nomes do que pensar dias ou até anos para descobrir um nome que não combina com o uso do objeto, e se combinar só os latins entendem, talvez tenha vindo de lá uma dessas palavras.  Os nomeadores dos objetos podiam pensar no verbo que cada objeto usa, por exemplo “secador”, essa pessoa que deu o nome nem deve ter demorado! Afinal se é algo de secar é um “secador”! Por que não é assim que todos os nomes dos objetos são dados? Talvez o nomeador da cadeira, era casado com a Camila Corredeira. De tanto sua mulher correr, o futuro nomeador entregou um presente a ela para descansar depois de correr tanto, mas não tinha o nome. No meio de um romance com o presente nas mãos e a mulher da sua vida, esperando que ele diga algo ao entregá-lo, o encara esperando o romantismo e a delicadeza com ela. Ansiosa e nervosa pelo moço não dizer nada, o rosto caiu desanimado e se fechou, nesse momento de vergonha saiu espontaneamente uma ideia: “Camila Corredeira aqui está a sua cadeira!”, o sorriso no rosto de Camila abriu, agarrou a “cadeira” pelos pés e a encaixou do lado do telefone. Desde então Camila, que tanto corria, não parava de fazer ligações avisando que o marido tinha dado a ela uma linda “cadeira” vermelha e florida, espalhando o nome criativo do objeto dado pelo marido para todos da Vila! Talvez assim começou a história de “cadeiras”! A do travesseiro talvez um cachorro... é melhor nem começar senão não paro mais! Mas mesmo com uma grande imaginação se armando para tentar achar a história mais convincente para o nome de cada objeto, nada me convence o porque dos motivo desses nomes!